terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cárcere

Não sei até onde posso ir,
Assim sem poder me descrever um fim
Não sei se posso exprimir minhas ideias
Sem que ninguém as condenem.
Não sei por que, mais creio que nada dará certo.
Escondo-me, atrás dos poucos que me mantém,
Faço de mim, meu próprio refém.
Desistir é tão mais fácil pra mim,
Tudo que era bom, hoje é algo ruim
Fácil de falar, difícil de fazer.
Será que só eu vivo com medo de ser?
Com medo de ser um alguém e quebrar minha cara
Prefiro me esconder e colocar uma mascara
Mascara lúcida porem incoerente,
Que faz de mim, gente, decente,
Demente, delinquente, inconsciente,
Imprudente, indecente.
É o que vem naquela mente imoral
Que me trata, me julga como animal
Vivemos numa insatisfação social.
Não podemos ser quem somos,
Nossa imagem dita o que nos é certo ou ilegal
Não vejo mais motivos pra seguir os princípios filosóficos
Ética? Política? Moral?
Hoje é um pensamento mal pensado, banal
Banalidade que destrói a realidade
Onde poderíamos viver em paz com a sociedade.
Como queria poder escrever sobre a felicidade,
Mas eu me sinto excluído, sem dignidade, diante da humanidade
Que nos desloca a cada dia, mais e mais
Para um mar de solidão no meio de uma multidão.
Estar sozinho cheio de gente ao meu redor
Pensamentos vazio, me sinto digno de dó.
O mais triste é saber que há quem diga ao contrário,
Mentindo, inventando, vestindo um mostruário.
Sou um ávido fã da vida
Mas essa só me faz cair
Me faz sentir que nunca vou conseguir.
Seguir em frente é opção,
Continuar assim é optar pela excepção de uma bela escolha em vão.
Me de uma segunda chance de poder escolher uma saída
Infelizmente não há segundas chances na vida.

Miguel Jerônimo e Kaique Zurk

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Três pessoas, umas fotos e algumas recordações de coisas que não passaram por nós ainda

Coisas passam despercebidas aos olhos cerrados da sociedade
Um flash me mostra o que é a realidade
Realidade que poucos fazem parte
Realidade na qual vivemos sem liberdade
Uma conversa no ônibus, Um relógio parado,
As máscaras dos homens, um pensamento desafinado
Numa sociedade de humor cansado
Vagamos pela rua num acre desajeitado
Entretanto sem desrespeitar nada nem ninguém
Sem intenção de ser algo mais além, da ciência ou religião
Pessoas que vem e vão
Pequenos costumes que fazem grandes impactos
Não percebem seu redor, não percebem seus atos
Então em algumas fotos, resolvi mostrar os fatos
Os fatos dos palhaços,
Maquiados ou não, personagens da vida real
Vida que nós torna menos humano a cada dia
Sem descrever a desigualdade que nós faz pensar
A correria do dia a dia não nos deixa perceber
Os pequenos detalhes que realmente importam
Detalhes que falham aos olhos desatentos
Olhos que carregam o fado de falhar
Como é difícil falar
Sobre o cotidiano que existe, mas não vemos
Mas espero fazer um mundo melhor
Um mundo onde todos abram os olhos e vejam o lado de fora
Um mundo onde nossos erros são reparados e perdoados
Um mundo onde possamos ser o que somos sem ser julgados
Não reparamos na vida, somos humanos
Aqui jaz as memórias do cotidiano

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carta Suicida

Às vezes penso como seria, tudo isso
Sem você aqui, para me fazer sorrir com seu sorriso
Não consigo resumir em versos o que sinto sem você
Sem o seu olhar já não posso viver
Imagino como seria sem você
Difícil, como um mundo sem cores, ver
A pior das angustias é o seu silencio
Mas as palavras desta carta não são palavras ao vento
Palavras que podem fazer diferença
Assim, como me aflige a sua ausência
Já não posso te ver com outro homem
Meus bons sentimentos vão embora, somem
Não é questão de raiva, ódio ou dor
É questão de sentimento, por você, eu tenho amor
Se eu pudesse um dia te fazer feliz
Mas nunca me deu chances, me tornei infeliz
Meu corpo já reclama por você
Meus olhos, só querem te ver
Entrego este corpo e esta rosa a ti
Sei que em outra vida vou te fazer sorrir
Faça dos meus pensamentos, seus eternos sentimentos
Só não me deixe cair novamente no esquecimento
Só peço que se lembre...
Você fará parte de mim, para sempre

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Reação.

Tem coisas nessa vida que não consigo explicar
Mal consigo responder, não consigo nem falar
Com esse tipo de coisa, tento não me abalar
Tento não me estressar, não lembrar
Estava no ponto de ônibus, quando apareceu
Um cara muito folgado, pediu o que era meu
Falei que não tinha, menti por necessidade
Melhor mentir assim, do que por pura falsidade
Pediu meu celular e o meu dinheiro
Naquele momento sentia medo
Tentei manter a calma, por sorte consegui
Ele me olhou frio, como se eu não estivesse ali
Ele viu que eu não tinha nada para entregar
E por muito desistiu de me roubar
Abaixou a cabeça e foi embora.
Diga-me, o que você faria, lá na hora?


domingo, 7 de novembro de 2010

Se quiser.

Se quiser pode xingar
Se quiser pode bater
De mim, pode falar
Mas melhor, você não vai ser.
Se quiser encher a boca
Se quiser me deturpar
Pode, mas tem que ser louca,
Pra tentar me derrubar.
Se quiser diz que ama
Se quiser pode esconder
Posso ser mau sem minha fama
Posso fazer você me querer.
Se quiser ser meu amigo
Se quiser fugir de mim
Não serei seu inimigo
Só não faça comigo assim.
Se quiser dar um sorriso
Se quiser pode chorar
Pode não ser muito bem isso,
Mas seu sorriso não vão negar.
Se quiser vamos sair
Se quiser pode ficar
Não faço questão de te distrair
Mas com você quero estar.
Se quiser me chamar de covarde
Se quiser que eu tenha coragem
Não quero que faça alarde
Não sou de molecagem.
Se quiser faço com jeito
Se quiser posso ser mal
Posso até não ser perfeito
Mas quando quero, sou casual.
Se quiser eu grito alto
Se quiser se declarar
Por você, desço do salto
Não precisa se preocupar.
Se quiser dou um abraço
Se quiser pode beijar
Respeitarei o seu cansaço
Não vou te desacatar.
Se quiser escolha um final
Se quiser me diga sim
Já falei, posso ser mau
Só não faça comigo assim.
Se quiser me olhe nos olhos
Se quiser me diga que não
Não me deixe nesse ócio,
Não me traga solidão.

Miguel Jerônimo e Kaique Zurk

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eu nunca...

Eu nunca comeria um cachorro quente, literalmente.
Eu nunca passaria fio dental sem escovar os dentes.
Eu nunca pularia num bueiro,
Não gostaria de ficar com aquele cheiro.


Eu nunca tomaria um banho de sol.
Eu nunca pescaria sem anzol.
Eu nunca mataria um animal.
Eu nunca fui um cara legal.

Eu nunca brincaria com a sorte.
Eu nunca conheci a morte.
Eu nunca daria risada de alguém.
Eu nunca faria o mal pro meu bem.

Eu nunca negaria minha ironia.
Eu nunca agiria sem sabedoria.
Eu nunca mandaria um telegrama.
Eu nunca seria alheio em sua cama .

Eu nunca falaria que não tenho preconceito.
Eu nunca iria contra os meus conceitos.
Eu nunca seria falso com os que considero.
Eu nunca disse que não erro.

Eu nunca disse que não é humano errar.
Eu nunca disse que não iria duvidar.
Eu nunca uso o tal de celular.
Eu nunca vou ter poder de te usar.

Eu nunca disse que não era anti-social.
Eu nunca vou usar meu dom para o mal.
Eu nunca fui, nem disse que era covarde
Eu nunca fui, nem viajei pra Marte.

Eu nunca sei como terminar minhas poesias.
Eu nunca sei se uso o ódio ou a alegria.
Eu nunca disse que era poeta.
Dessa vez, só gostaria de uma rima concreta.


Eu nunca...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Protesto dos Inocentes.


Mal abro os olhos e ouço barulhos
As ruas gritam no frio da madrugada
São Paulo não para, nunca para
Esse é o nosso cotidiano
Tento fugir da realidade
Meus sonhos não deixam
Porque aquele garoto ta deitado no chão?
Porque a criança esta estendendo sua mão?
O que será que fazemos, fizemos?
Para conosco acontecer
Esse pequeno acre dentro dessa grande cidade
O problema não é ser ou estar errado, errando
O problema é não fazer nada, para sanar
Como queria poder falar apenas de amor
Mas a sociedade não deixa
Dizem que somos livres
Mas querem me controlar
Livre não é poder, fazer
Livre é trazer no peito a velha esperança
Que nós faz criança por um instante
Os nossos representantes que exemplos nos dão?
Me pego as vezes sozinho e na solidão
Pensando, me perguntando
Não acho respostas
Porque será que não me abrem as portas
Talvez a solução seja fazer o errado
Mas fazer o errado, numa sociedade errada
É fazer o certo?
Logo, o que precisamos fazer?
Roubar, pedir, se drogar
Mais uma vez me pego sem respostas
Será que é por esse motivo que tem tantas pessoas se entregando
Ser forte e se mostrar fraco
Não é caracteristica dos espertos
E sim, dos covardes
O problema, é que vivemos na hipocrisia
Onde, os fracos se mostram fortes
O que os tornam mentirosos
Que, por sua vez, tambem não é caracteristica dos espertos
Então, como se destacar, ser esperto?
Se ser esperto é ser covarde
Se ser covarde é ser fraco
Como posso me mostrar forte
Sem ser taxado de mentiroso
Não sei falar inglês
Não sei falar francês
Mal sei as regras do nosso português
Então, como vou me destacar nesse mundo?