quinta-feira, 24 de março de 2011

Cicatriz risonha

Porque é tão triste assim, a vida lá fora
Não podemos evitar a dor
Vejo sofrimento em cada canto da cidade
Vejo muito nego, se vendendo sem valor
Percebo a cada passo, uma falsa identidade
Concreto que disfarça uma vida sem cor
Até as crianças se entregam, pra fugir dessa ilusão
Que o sistema impõe pra tentar nos enganar
Estilo de vida proposto por uma solidão
Deixado e esquecido como um pombo a voar
Olhamos o ônibus cheio, o salário baixo e a mesa vazia
A quem quero iludir se isso não me faz feliz
Tentando colocar comida no prato
Fazendo muito daquilo que eu nuca quis
Dignidade é o pouco que sobra no fim do dia
E mesmo assim eles querem me tirar
Tentando fazer uma negociação
Para minha honra poder sanar
Ainda me restam os sonhos, mas me sobram as dívidas
Que fazem levantar de madrugada e sair pela viela escura
Procurar por aqueles que me aliviam
E poder mostrar nosso pouco de cultura
Sei que não estou nessa sozinho
Nada é facil para quem vive essa dor
Sei que até em rosas há espinho
Nunca te disse que a vida é como o amor...


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